Por que máquinas de solda DC são MUITO melhores do que máquinas AC?
Autor: Isaias Malta Arco estável, concentrado, penetrante, macio e pouca escória são atributos que têm a ver com o tipo de corrente produzida pela fonte soldadora. No fluxo de corrente alternada (AC), o arco voltaico troca de sentido 60 vezes por segundo, ou seja, ele fica constantemente se movendo da peça sendo soldada para a ponta da tocha e vice-versa.
O resultado desta oscilação é a produção de um arco instável, com pouca penetração, pelo fato de ele saltar o tempo todo. Tais efeitos adversos são explicados pelo incremento da contaminação atmosférica na poça de fusão a cada vai-e-vem, que resulta na porosidade do cordão de solda. Logo, a massiva alternância de movimento dos elétrons e a consequente mudança de polaridade, arranca fragmentos liquefeitos da poça de fusão e os lança no ar em todas as direções, que gera a característica grande quantidade de fagulhas observadas nas soldas em corrente alternada.
As Fontes de Solda disponíveis no mercado atendem a várias faixas de preço. Se a demanda do usuário se satisfaz com acabamentos grosseiros, não faz mal algum partir para a solução bem mais barata da fonte AC (que envolve processo construtivo extremamente mais simples, baseado unicamente num grande transformador dentro de uma caixa), cujo preço é no mínimo 1/3 dos equipamentos DC (corrente contínua). Agora, se o objetivo do usuário é lidar com chapas finas ou peças pequenas que exigem soldas delicadas e com fino acabamento, então a solução é partir para uma fonte de solda DC que seja específica para o tipo de material demandado.
Para os usuários que já possuem uma fonte AC e se cansaram dos resultados desanimadores e gostariam de aprimorar a qualidade das suas soldagens, uma das soluções mais baratas é partir para a conversão da sua fonte AC para DC. Este projeto pode ser realizado em vários graus de sofisticação, segundo os limites orçamentários de cada um. Não necessariamente todos as etapas precisam ser perpetradas:
- no caso de máquinas equipadas com transformador de 110 volts, com objetivo de aumentar a corrente, o aconselhável é rebobinar o transformador para 220 volts – o que permite customizá-lo segundo as necessidades do usuário;
- instalação de ponte retificadora completa (item mandatório);
- instalação de banco de capacitores na saída com o objetivo de suavizar as rampas da saída de onda pulsante do retificador;
- instalação de um indutor de choque na saída dos capacitores para refinar a suavização da onda, aparando ainda mais o serrilhado;
- instalação de um relé de acionamento do primário do transformador sincronizado com o acionamento da tocha – isto maximiza o ciclo de trabalho por impedir que o aquecimento do transformador no tempo em que não há solda;
- instalação de um conector EURO para facilitar a troca de tocha, por exemplo, quando for soldar alumínio com máquina MIG, processo que exige cabo menor e conduíte de teflon;
- se a decisão for pelo conector EURO, então, nada mais justo do que capacitar a máquina a funcionar com gás. Logo, será preciso instalar uma válvula solenoide de controle do gás;
- instalação de bornes para permitir a inversão de polaridade;
- instalação de fonte independente para o acionamento do motor do arame no caso de máquinas MIG/MAG – melhoramento que elimina a derivação do secundário para alimentar o circuito do motor;
- substituição de todos os condutores subdimensionados, tocha, inclusive a garra do negativo, normalmente tais componentes originais da máquina são de péssima qualidade;
- substituição da ventoinha quando a original é daquela sem carcaça montada diretamente no transformador.
Naturalmente, se você puser no papel o custo de todas as melhorias acima, pode ser que alcance a faixa de preço de uma máquina DC, mas a sua diversão de montar tudo isso com as suas próprias mãos não será possível.
Veja a seguir a satisfação desse camarada com as suas modificações:
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